O Cinema Brasileiro
Afinal
de contas, quando se comemora? 5 de novembro ou 19 de junho?
Algumas pessoas preferem celebrar a data em 5 de
novembro, para relembrar o aniversário da primeira exibição pública de cinema.
Porém......
No último dia 19, foi comemorado o Dia do Cinema
Brasileiro. Data que marcou uma nova era para o país. Ao longo desses mais de
100 anos de história, muita evolução foi percebida no cenário nacional! Mesmo
sendo vítima de muito preconceito, conseguimos produzir obras belíssimas.
Filmes Hollywoodianos nos alienam de tal forma que não conseguimos abrir nosso
campo de visão para outras produções. E uma delas está aqui bem perto da gente.
Vale a pena ficar ligado no cinema brasileiro pois ainda promete muitas quebras
de barreira!
A
História
A primeira exibição de cinema no Brasil aconteceu
em 8 de Julho de 1896, no Rio de Janeiro, por iniciativa do exibidor itinerante
belga Henri Paillie. Naquela noite, numa sala alugada do Jornal do Comércio, na
Rua do Ouvidor, foram projetados oito filmetes de cerca de um minuto cada, com
interrupções entre eles e retratando apenas cenas pitorescas do cotidiano de
cidades da Europa. Só a elite carioca participou deste fato histórico para o Brasil,
pois os ingressos não eram baratos. Um ano depois já existia no Rio uma sala
fixa de cinema, o "Salão de Novidades Paris", de Paschoal Segreto.
Os primeiros filmes brasileiros foram rodados
entre 1897-1898. Uma "Vista da baia da Guanabara" teria sido filmado
pelo cinegrafista italiano Afonso Segreto (irmão de Paschoal), em 19 de junho
de 1898, ao chegar da Europa a bordo do navio Brèsil - mas este filme, se
realmente existiu, nunca chegou a ser exibido. Ainda assim, desde os anos 1970,
19 de junho é considerado o Dia do Cinema Brasileiro.
Já em 1911, empresários norte-americanos
visitaram o Rio de Janeiro para sondar o mercado cinematográfico brasileiro, e
logo abriram o Cinema Avenida para exibir exclusivamente filmes da Vitagraph.
Com a Primeira Guerra, a produção europeia se enfraquece, e os EUA passam a
dominar o mercado mundial. Francisco Serrador cria a primeira grande rede de
exibição nacional, em São Paulo, Rio de Janeiro, Niterói, Belo Horizonte e Juiz
de Fora. Após um tempo, desiste de produzir e torna-se distribuidor de filmes
estrangeiros.
Os filmes brasileiros passam a ter dificuldades
de exibição, o que leva a uma queda de produção violenta. Surgem as revistas
especializadas em cinema e começam a difundir-se os mitos e estrelas de
Hollywood. A partir dos anos 1930, diversos acordos comerciais estabelecem que
os filmes norte-americanos passam a entrar no Brasil isentos de taxas
alfandegárias.
O primeiro filme sonoro brasileiro é a comédia
"Acabaram-se Os Otários" de Luiz Barros, em 1929.
No Rio dos anos 40, Moacir Fenelon, José Carlos
Burle e Alinor Azevedo criam a Atlântida Cinematográfica, sem grandes
investimentos em infraestrutura mas com produção constante. Estréiam com o
sucesso "Moleque Tião" (1941), drama baseado na vida do comediante
Grande Otelo, que interpretou a si próprio no filme. Luiz Severiano Ribeiro,
dono do maior circuito exibidor brasileiro, associa-se e passa a facilitar a
exibição dos filmes da Atlântida, vindo a comprar a empresa em 1947. Pela
primeira vez no cinema brasileiro, estão associados produção e exibição.
A
Pornochanchada
A Pornochanchada é um gênero do cinema brasileiro
comum na década de 1970. Surgiu em São Paulo, nos anos 70, foi uma produção bem
numerosa e bem comercial, também conhecida como produção da Boca do lixo, de
onde despontaram vários diretores de talento que souberam usar o que dava
bilheteria na época (filmes eróticos softcore) para fazer filmes de
grande valor estético e formal. Chamado assim por trazer alguns elementos dos
filmes do gênero conhecido como chanchada e pela dose alta de erotismo que, em
uma época de censura no Brasil, fazia com que fosse comparado ao gênero pornô,
embora não houvesse, de fato, cenas de sexo explícito nos filmes. Revelou
algumas atrizes que depois ficaram famosas na tv e passaram, de certa forma, a
esconder de seus currículos a participação nos filmes do gênero.
Surgem como filmes feitos para as massas, muito
influenciados pelas comédias populares italianas. As cotas de exibição
obrigatória, impostas pelo governo do período da ditadura militar, davam espaço
para o desenvolvimento desse gênero - a lei obrigava as salas de exibição a
exibir uma cota de filmes nacionais por ano. O sucesso de público também foi
essencial para o sucesso pois possibilitavam que o filme ficasse por mais
semanas em cartaz. Ao contrario do que comumente se pensa, eles não eram
financiados pela Embrafilme mas sim por produtores independentes, comerciantes
locais, ou quem mais se interessasse, por que eram de fato muito lucrativos.
Inicialmente ficou conhecida como cinema da
"boca do lixo", pois os filmes eram produzidos numa região da cidade
de São Paulo conhecida por esse nome. Depois surgiu também a pornochanchada
carioca.
Surgiram como filmes feitos para a grande massa,
muito influenciada pelas comédias populares italianas. A cota de exibição
obrigatória de filmes brasileiros, uma das muitas medidas de desenvolvimento
econômico e cultural criadas pela chamada Ditadura Militar, dava espaço para o
desenvolvimento desse gênero - a lei obrigava as salas de exibição a exibir uma
cota de filmes nacionais por ano.
O sucesso de público também foi essencial para o
gênero pois possibilitou que os filmes ficassem por mais semanas em cartaz.
A pornochanchada atraiu milhões de
espectadores ao cinema na década de 1970, fazendo com que atores e atrizes
alcançassem o estrelato. Alguns atores e atrizes conseguiram migrar para a
televisão e para os filmes mais comerciais, mas outros permaneceram apenas no
cinema até o fim desse período.
Dentre os atores que conseguiram mudar de estilo,
destacam-se Sônia Braga, Nádia Lippi, Nuno Leal Maia, Antônio Fagundes,
Reginaldo Faria, Helena Ramos, Lucélia Santos e Vera Fischer, sendo que esta
chegou a ter problemas em sua cidade natal quando começou a participar de
pornochanchadas.
Helena Ramos atuou no cinema nos década de
1970 e 80, participando de mais de vinte pornochanchadas, alguns grandes
sucessos como “Roberta, a gueixa do sexo” (1978), Iracema (1979) e Mulher
objeto (1981). Atuou também em “Guerra dos sexos” (1983).
A Atualidade
Com toda essa evolução que conseguimos destacar, hoje temos diretores e produtores famosos e de sucesso pelo mundo! O diretor Fernando Meirelles conseguiu reconhecimento internacional através de Cidade de Deus (2002), chegando à indicação do Oscar de Melhor Diretor em 2004. E ainda dirigiu outros filmes famosos como O Jardineiro Fiel (2005) e Ensaio Sobre a Cegueira (2008).
Carlos Saldanha é outra figurinha carimbada do cinema brasileiro no mercado internacional. Trabalhando nos Estados Unidos a algum tempo, ficou famoso pelo sucesso de bilheteria A Era do Gelo (2002), e suas duas continuações, lançadas em 2005 e 2009.
Filmes que marcaram época
A produção tem evoluído tanto ao longo dos anos que podemos destacar grandes obras, belíssimas e de muito bom gosto. Conseguindo, constantemente, figurar nas grandes premiações pelo mundo.
Veja abaixo alguns dos filmes que, na minha opinião, são excelentes e fizeram história:
Participei final de semana passado sobre a historia do cinema brasileiro, muito show e me deu uma oportunidade de escrever bastante sobre o assunto.
ResponderExcluirPois é, conheço um pouco da história, mas talvez nao tao afundo como vc deve ter tido a oportunidade... realmente, é mto boa!!!
ExcluirMuito bem lembrado cara! Tá de parabéns pelo post, como sempre rsrs
ResponderExcluirVlwww meu camarada!!!
ExcluirÓtimo post. Perfeito. Adoro os filmes citados pelas capas. Todos eles. abraços
ResponderExcluirVlw irmão! Realmente mto bons esses filmes msm.
ExcluirBela postagem, Felipe. Adoro o cinema brasileiro e só não publiquei algo em meu blog porque acabei me esquecendo da data, mas ainda bem que você me lembrou. Vida longa ao cinema brasileiro.
ResponderExcluirQ bom q te lembrei! Uma data dessa nao podemos deixar passar despercebido!
Excluirque bom que evoluímos. acho que tudo contribuiu para chegarmos onde estamos.
ResponderExcluirQuando você mencionou que muitos atores permaneceram apenas no cinema e só até o fim desse período, isso me lembrou uma coisa curiosa: muitos atores que trabalharam no Cinema Brasileiro daquela época sumiram no Mundo, né? Não tem Google que localize eles hoje!
ResponderExcluirTambém é interessante lembrar que no final dos anos 70 e início dos 80, os Estados Unidos também tiveram a sua fase de pornochanchada (embora não recebessem esse nome lá). É só lembrar de filmes como A Última Festa de Solteiro, Férias do Barulho e O Último Americano Virgem pra constatar isso (são pornochanchadas ‘made in U.S.A.’). Não se vê nenhuma sacanagem a mais numa pornochanchada que não se veja nesses filmes que eu mencionei.
É verdade.. Mto bem observado! Soh se fala dos "pornôs" brasileiros... Fato é q impressionante como grandes sucessos dessa época SUMIRAM!
ExcluirBela homenagem ao cinema nacional, um dos mais ricos e subestimados. Aliás, a irreverência da pornochanchada se perdeu com o tempo, né?! Uma pena. Não é meu gênero favorito, mas é divertido. Só faltou uma maior atenção ao Cinema Novo, movimento mais importante do Brasil. E pelo menos uma menção ao genial Glauber Rocha, revolucionário. Aliás, entre os filmes marcantes, Deus e o Diabo na Terra do Sol e Terra em Transe cabiam lá. No mínimo. Mesmo assim, boa iniciativa. Abraços!
ResponderExcluirÓtimo post, Felipe! muito bom ficar sabendo mais sobre o nosso cinema, você destacou os melhores mesmo, só achei que ainda ficou faltando as ótimas comédias "Lisbela e o Prisioneiro" e "Auto da compadecida". Apesar de serem poucos se comparados a outros países, o Brasil tem filmes muito bons!
ResponderExcluirhttp://monteolimpoblog.blogspot.com.br/