quinta-feira, 21 de junho de 2012


O Cinema Brasileiro 





Afinal de contas, quando se comemora? 5 de novembro ou 19 de junho?

Algumas pessoas preferem celebrar a data em 5 de novembro, para relembrar o aniversário da primeira exibição pública de cinema.


Porém......


No último dia 19, foi comemorado o Dia do Cinema Brasileiro. Data que marcou uma nova era para o país. Ao longo desses mais de 100 anos de história, muita evolução foi percebida no cenário nacional! Mesmo sendo vítima de muito preconceito, conseguimos produzir obras belíssimas. Filmes Hollywoodianos nos alienam de tal forma que não conseguimos abrir nosso campo de visão para outras produções. E uma delas está aqui bem perto da gente. Vale a pena ficar ligado no cinema brasileiro pois ainda promete muitas quebras de barreira!





A História


A primeira exibição de cinema no Brasil aconteceu em 8 de Julho de 1896, no Rio de Janeiro, por iniciativa do exibidor itinerante belga Henri Paillie. Naquela noite, numa sala alugada do Jornal do Comércio, na Rua do Ouvidor, foram projetados oito filmetes de cerca de um minuto cada, com interrupções entre eles e retratando apenas cenas pitorescas do cotidiano de cidades da Europa. Só a elite carioca participou deste fato histórico para o Brasil, pois os ingressos não eram baratos. Um ano depois já existia no Rio uma sala fixa de cinema, o "Salão de Novidades Paris", de Paschoal Segreto.
Os primeiros filmes brasileiros foram rodados entre 1897-1898. Uma "Vista da baia da Guanabara" teria sido filmado pelo cinegrafista italiano Afonso Segreto (irmão de Paschoal), em 19 de junho de 1898, ao chegar da Europa a bordo do navio Brèsil - mas este filme, se realmente existiu, nunca chegou a ser exibido. Ainda assim, desde os anos 1970, 19 de junho é considerado o Dia do Cinema Brasileiro.


Já em 1911, empresários norte-americanos visitaram o Rio de Janeiro para sondar o mercado cinematográfico brasileiro, e logo abriram o Cinema Avenida para exibir exclusivamente filmes da Vitagraph. Com a Primeira Guerra, a produção europeia se enfraquece, e os EUA passam a dominar o mercado mundial. Francisco Serrador cria a primeira grande rede de exibição nacional, em São Paulo, Rio de Janeiro, Niterói, Belo Horizonte e Juiz de Fora. Após um tempo, desiste de produzir e torna-se distribuidor de filmes estrangeiros.
Os filmes brasileiros passam a ter dificuldades de exibição, o que leva a uma queda de produção violenta. Surgem as revistas especializadas em cinema e começam a difundir-se os mitos e estrelas de Hollywood. A partir dos anos 1930, diversos acordos comerciais estabelecem que os filmes norte-americanos passam a entrar no Brasil isentos de taxas alfandegárias.


O primeiro filme sonoro brasileiro é a comédia "Acabaram-se Os Otários" de Luiz Barros, em 1929.


No Rio dos anos 40, Moacir Fenelon, José Carlos Burle e Alinor Azevedo criam a Atlântida Cinematográfica, sem grandes investimentos em infraestrutura mas com produção constante. Estréiam com o sucesso "Moleque Tião" (1941), drama baseado na vida do comediante Grande Otelo, que interpretou a si próprio no filme. Luiz Severiano Ribeiro, dono do maior circuito exibidor brasileiro, associa-se e passa a facilitar a exibição dos filmes da Atlântida, vindo a comprar a empresa em 1947. Pela primeira vez no cinema brasileiro, estão associados produção e exibição.



A Pornochanchada

A Pornochanchada é um gênero do cinema brasileiro comum na década de 1970. Surgiu em São Paulo, nos anos 70, foi uma produção bem numerosa e bem comercial, também conhecida como produção da Boca do lixo, de onde despontaram vários diretores de talento que souberam usar o que dava bilheteria na época (filmes eróticos softcore) para fazer filmes de grande valor estético e formal. Chamado assim por trazer alguns elementos dos filmes do gênero conhecido como chanchada e pela dose alta de erotismo que, em uma época de censura no Brasil, fazia com que fosse comparado ao gênero pornô, embora não houvesse, de fato, cenas de sexo explícito nos filmes. Revelou algumas atrizes que depois ficaram famosas na tv e passaram, de certa forma, a esconder de seus currículos a participação nos filmes do gênero.
Surgem como filmes feitos para as massas, muito influenciados pelas comédias populares italianas. As cotas de exibição obrigatória, impostas pelo governo do período da ditadura militar, davam espaço para o desenvolvimento desse gênero - a lei obrigava as salas de exibição a exibir uma cota de filmes nacionais por ano. O sucesso de público também foi essencial para o sucesso pois possibilitavam que o filme ficasse por mais semanas em cartaz. Ao contrario do que comumente se pensa, eles não eram financiados pela Embrafilme mas sim por produtores independentes, comerciantes locais, ou quem mais se interessasse, por que eram de fato muito lucrativos.
Inicialmente ficou conhecida como cinema da "boca do lixo", pois os filmes eram produzidos numa região da cidade de São Paulo conhecida por esse nome. Depois surgiu também a pornochanchada carioca.

Surgiram como filmes feitos para a grande massa, muito influenciada pelas comédias populares italianas. A cota de exibição obrigatória de filmes brasileiros, uma das muitas medidas de desenvolvimento econômico e cultural criadas pela chamada Ditadura Militar, dava espaço para o desenvolvimento desse gênero - a lei obrigava as salas de exibição a exibir uma cota de filmes nacionais por ano.
O sucesso de público também foi essencial para o gênero pois possibilitou que os filmes ficassem por mais semanas em cartaz.

A pornochanchada atraiu milhões de espectadores ao cinema na década de 1970, fazendo com que atores e atrizes alcançassem o estrelato. Alguns atores e atrizes conseguiram migrar para a televisão e para os filmes mais comerciais, mas outros permaneceram apenas no cinema até o fim desse período.

Dentre os atores que conseguiram mudar de estilo, destacam-se Sônia Braga, Nádia Lippi, Nuno Leal Maia, Antônio Fagundes, Reginaldo Faria, Helena Ramos, Lucélia Santos e Vera Fischer, sendo que esta chegou a ter problemas em sua cidade natal quando começou a participar de pornochanchadas.

Helena Ramos atuou no cinema nos década de 1970 e 80, participando de mais de vinte pornochanchadas, alguns grandes sucessos como “Roberta, a gueixa do sexo” (1978), Iracema (1979) e Mulher objeto (1981). Atuou também em “Guerra dos sexos” (1983).




A Atualidade

Com toda essa evolução que conseguimos destacar, hoje temos diretores e produtores famosos e de sucesso pelo mundo! O diretor Fernando Meirelles conseguiu reconhecimento internacional através de Cidade de Deus (2002), chegando à indicação do Oscar de Melhor Diretor em 2004. E ainda dirigiu outros filmes famosos como O Jardineiro Fiel (2005) e Ensaio Sobre a Cegueira (2008).

Carlos Saldanha é outra figurinha carimbada do cinema brasileiro no mercado internacional. Trabalhando nos Estados Unidos a algum tempo, ficou famoso pelo sucesso de bilheteria A Era do Gelo (2002), e suas duas continuações, lançadas em 2005 e 2009.



Filmes que marcaram época

A produção tem evoluído tanto ao longo dos anos que podemos destacar grandes obras, belíssimas e de muito bom gosto. Conseguindo, constantemente, figurar nas grandes premiações pelo mundo.

Veja abaixo alguns dos filmes que, na minha opinião, são excelentes e fizeram história:


O Pagador de Promessas (1962)





Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976)





Central do Brasil (1998)





Cidade de Deus (2002)





Tropa de Elite (2007)

quarta-feira, 13 de junho de 2012

The Black Suits Comin´







MIB - Homens de Preto 3 chegou às telonas no Brasil no dia 25 de Maio. Já no final de semana liderou o topo das bilheterias americanas desbancando Os Vingadores, finalmente! Porém em sua segunda semana já foi desbancado por Branca de Neve e o Caçador. E recentemente, caiu para o lamentável 4º lugar, atrás também de Prometheus e o tão aguardado Madagascar 3. A única diferença com a bilheteria brasileira foi que Prometheus não conseguiu superá-lo.


Apesar de ter sido mais esperado um sucesso no final de semana de estréia,  o resultado foi bem satisfatório. E após uma continuação que não agradou muito aos fãs, Barry Sonnenfeld voltou com tudo nessa terceira sequência! Ele contou com a ajuda do roteirista de Etan Cohen, e parece que essa parceria deu certo.


O trabalho de Sonnenfeld estava tão ameaçado que inclusive chegaram até a especular uma possível troca por Michael Bay Transformers) para a direção.


Alguns pontos mostram a força em que voltou o filme. Como as cenas do telestransporte de J, os diálogos com Griffin (Michael Stuhlbarg), as tiradas de J, as cortadas de K (Tommy Lee Jones) e a cena final que é bem emocionante. Apenas a participação de Boris, o Animal, que poderia ter sido melhor.


O único ponto negativo que achei foi exatamente essa cena "emocionante" final. Sinceramente, não vi muito sentido no que foi revelado, pois isso nos leva a crer que o recrutamento de J no primeiro MIB não foi por acaso, e se vocês lembrarem bem como foi feito, vão perceber que foi naturalmente, após James conseguir perseguir um alienígena, coisa que nenhum outro policial havia feito.


Tudo bem, você pode dizer que não foi à toa que K apareceu na delegacia. Não foi à toa que K lhe convidou para ia à lanchonete e lhe deu um cartão dos Homens de Preto. Não foi à toa que K no meio de outros concorrentes o recrutou. E não foi à toa que K foi seu parceiro e esteve sempre presente,........ Enfim, o bom da sétima arte são essas interpretações e debates!!!





Muitos podem criticar o filme, sua sequência, seu roteiro, sua produção,... Mas não adianta, sou "fãzaço" dos Homens de Preto. Desde que foram lançado a 15 anos atrás que eles se tornaram referência pra muita coisa. Afinal de contas, quem nunca pensou em ir de "Homem de Preto" a uma festa à fantasia??? Quem nunca viu uma pessoa vestida com terno preto, blusa branca e óculos escuros e não associou com o filme???


Will Smith rouba a cena em todos seus filmes, com seu carisma e talento nato! Mostrou ao longo dos anos que apesar de ter chegado ao sucesso cantando, consegue sim interpretar. Acho, sinceramente, que ele é um dos atores injustiçados e não tão valorizados do mercado! Sempre se falou que ele precisava de um filme em que o consagrasse e implacasse de vez sua carreira, principalmente depois do sucesso do primeiro MIB e do fracasso do fraquíssimo filme As Loucas Aventuras de James West (1999). Fato é que ele desde adolescente vem mostrando seu talento não só na música como rapper, mas como atuando! E se CONSAGRA finalmente em À Procura da Felicidade (2006). Foi simplesmente um show de interpretação e de filme! Os críticos de plantão não tiveram mais o que falar dele!


Fato é que ele poderá sempre fazer filmes como Eu Sou a Lenda e Hancock, que seu talento nunca será apagado!!!



E vai chegando o meio do ano, e os filmes aguardados vão saindo... Agradando, surpreendendo, decepcionando, divertindo,.... e claro, virando assunto!!!






sexta-feira, 1 de junho de 2012

O Escritor Censurado



Edgar Allan Poe






Edgar Allan Poe nasceu em Boston, em 19 de janeiro de 1809. Sua família paterna era de origem irlandesa, enraizada em Baltimore, onde conquistara postos entre as melhores famílias da região.

Escritor bem-sucedido, Poe casou-se com Virginia Clemm. Entretanto, ao fim de dois anos, White cortou relações com o escritor, que já desenvolvera a doença do alcoolismo. Poe passou a produzir como "free-lancer", em grande quantidade, mas sem ganhar o suficiente para manter uma vida digna e saudável, o que o levou a afundar-se ainda mais na bebida.

A morte de sua mulher agravou o problema. O escritor passou a suicidar-se aos poucos, bebendo cada vez mais e já sofrendo os primeiros ataques de delirium tremens. Numa viagem a Nova York, para tratar de negócios, parou em Baltimore e hospedou-se numa taberna onde se distraiu durante horas bebendo com amigos. Era a noite de 6 de outubro de 1849. O escritor morreu na madrugada do dia 7, aos 40 anos.

No decorrer de sua vida conturbada escreveu novelas, poesias e contos. Mas com certeza foi como contista que pôde demonstrar todo o seu talento e estilo ímpar, renovando e trazendo o gênero “horror” a um novo patamar. Enquanto os outros autores escreviam histórias com fantasmas, monstros e demônios, Poe trouxe realismo e um horror encontrado em um lugar muito mais obscuro e desconhecido: a mente humana.

Hoje Poe é um escritor estudado e cultuado em todo o Ocidente. Entre suas obras destacam-se: The Raven (O Corvo, poesia, 1845), Annabel Lee (poesia, 1849) e o volume Histórias Extraordinárias (1837), onde aparecem seus contos mais conhecidos, como "A Queda da Casa dos Usher", "O Gato Preto", "O Barril de Amontillado", "Manuscrito encontrado numa Garrafa", entre outros, considerados obras-primas do terror.



Dentre seus poemas mais famosos, temos:
 

O CORVO - Tradução de Machado de Assis - 1883
ANNABEL LEE - Traduzido por Fernando Pessoa
LINHAS SOBRE A CERVEJA
ELDORADO


Edgar Allan Poe é um dos autores mais adaptados pelo cinema em todos os tempos. Há quase 200 filmes baseados ou inspirados em obras de Poe.


E após tantas adaptações, chega em 2012, a mais nova obra das telonas baseada na vida do "escritor maldito", contando a história de um serial killer que usa os contos de Poe como inspiração para suas mortes!




O CORVO



 

The Raven (EUA,2012)
Suspense - 14 anos - 111 min.
Direção: James McTeigue
Elenco: John Cusack, Luke Evans, Alice Eve, Brendan Gleeson, Oliver Jacks

Sinopse: Um relato ficcional dos últimos dias de vida de Edgar Allan Poe (John Cusack), nos quais o poeta está em busca de um serial killer, cujas mortes se espelham nas obras do escritor.